Por que não seguimos nossos próprios conselhos?

Quem nunca se pegou alguma vez dando bons conselhos às pessoas, sendo incapaz de segui-los? A máxima do “é mais fácil falar do que fazer” parece fazer todo sentido aqui. Mas afinal, por que isso acontece?
Fato é que se estando de fora da situação, se vê as coisas com mais clareza e neutralidade. O envolvimento emocional diante de um determinado problema é como um filtro que distorce a visão, levando a decisões, muitas vezes, pouco racionais. Então, quando ouvimos alguém se queixar de seus problemas nos dá um discernimento muito maior do que se o estivéssemos vivendo aquilo.
A neutralidade ganha por se estar vendo de fora, aumenta a nossa disposição em nos informar sobre o assunto e a analisar a situação por diferentes ângulos, práticas essenciais na resolução de qualquer problema. O que não acontece quando estamos vivendo o problema e tendemos a querer nos livrar logo deles, o mais rápido possível.
Um outro ponto interessante de se destacar é que quando não se vive a situação, fica-se mais corajoso. É como nos jogos, que por serem apenas uma simulação, nos expomos mais a situações arriscadas, o que não faríamos na vida real. Por exemplo, uma pessoa extremamente tímida dando conselhos amorosos, estimulando o seu amigo a tomar uma atitude ousada para conquistar a pessoa amada, algo que o próprio conselheiro não faria na mesma situação.
Saber o que precisa ser feito, não quer dizer que conseguimos fazer, por isso que muitas vezes não seguimos nossos próprios conselhos. Pensando assim, não é justo recriminar alguém que não segue nossos conselhos, se nem nós mesmos o seguimos.