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A Casa de Isopor: Sobre a Fragilidade dos Relacionamentos

01 ago , 2017 Compartilhar

 

casa
Bauman, sociólogo polonês, no livro “Amor Líquido” diz que em tempos em que se busca a satisfação no consumo, onde existe a segurança da promessa: “Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”, acostumou-se a ter “desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço”. As relações também foram afetadas, tornando-se produtos, meios de satisfação, sendo substituídas quando exigem ansiedade, suor ou esforço, ou mesmo quando surge um “modelo novo”.

Percebo isso em meu trabalho clínico, os relacionamentos, em especial entre os mais jovens, são caracterizados por dois extremos: uma gritante indiferença ou por grande insegurança e ciúmes. Afinal, a mesma sociedade que transformou as relações em bens de consumo, fazendo de todos consumidores, transformou, por tabela, a todos em produtos a serem consumidos. Em suma, a praticidade da troca também trouxe o medo de ser trocado. Isso acarretou no que costumo chamar de relações frágeis.

Para entender o que quero dizer, imagine que você está em uma casa feita de um isopor fino. Se você encosta na parede, você cai do outro lado, se você pisa com um pouco mais de força no chão, a casa toda treme. Como você se sentiria dentro de uma casa dessa? Inseguro? Desprotegido? Sim, pode ser, mas o principal sentimento que se teria é de ser destrutivo, afinal qualquer movimento um pouco mais brusco pode por a casa abaixo, gerando fortes sentimentos de culpa.

A casa de isopor representa aqui a sensação que se tem de fragilidade do relacionamento, a insegurança e o medo de ser trocado. Se a casa cair o medo se concretizará. Gerando culpabilização e intermináveis indagações de onde foi que se errou.

Se as relações andam frágeis – não estou dizendo aqui que todas as relações sejam necessariamente frágeis – o que se pode fazer para sofrer menos com isso? Não é pretensão minha dar uma resposta pronta para uma questão tão profunda. Trago apenas a reflexão: se a casa é mesmo tão frágil, será que vale a pena morar nela? Faz sentido tanto esforço para manter de pé uma casa que não é capaz de abrigar e proteger?

Talvez seja melhor pagar pra ver, pode ser que no final das contas não fosse frágil como se pensava. Mas caso venha a cair, pode ser  que seja uma oportunidade para começar a construir relações mais sólidas.

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Ricardo Meloni

Idealista incurável, que acredita no potencial de transformação e de criatividade humana.

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