De que maneira você vem tratando sua Saúde Mental?
Algo que acho curioso é a forma como as pessoas tratam o próprio sofrimento psíquico, seja uma depressão profunda ou uma dor de cotovelo. Dizem ser coisa da “cabeça”, como se isso diminuísse o problema. Rotulam como “frescura” ou “falta do que fazer”. Isso se dá por conta da crença de que controlamos TUDO o que sentimos e pensamos, então quando algo “dá errado” nos sentimos incompetentes e culpados.
Normalmente nos julgamos bem e controlados enquanto estamos funcionais, conseguindo desempenhar as funções e demandas do dia-a-dia, sem interrupções e grandes sofrimentos. O que claramente é um erro: ser funcional nem sempre é sinônimo de saúde mental. Por exemplo, uma pessoa obsessiva pode ser muito produtiva em seu trabalho, em função de sua mania de organização, o que não quer dizer que não exista um sofrimento por trás de toda esta eficiência.
Comparo a soberba de quem se julga “controlado” com a imagem de alguém que se sente poderoso em apagar e acender a luz com o simples gesto de apertar o interruptor. Sem se dar conta de estar ignorando a fiação da casa, as instalações dos postes, as torres de transmissão e as usinas hidrelétricas que operam, muito além do seu poder de ação, para que ele consiga acender e a apagar a luz. Ainda assim, ele não tem como saber se há alguma gambiarra no meio do caminho, que pode vir a dar problema em algum momento.
É preciso cuidar da saúde mental, dando a ela a devida importância, pois é a partir de nossas condições cognitivas e emocionais que ponderamos, escolhemos e tomamos decisões. Deixá-la em segundo plano pode levar a arrependimentos e sensações de insatisfação.
Quem cuida bem de sua saúde mental cuida bem do próprio destino.