Psicoterapia e Orientação vocacional – Adolescentes e Adultos
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A Tartaruga e a Passividade Auto-Sabotadora

11 jun , 2019 Compartilhar

Me lembro de uma esquete dos Trapalhões que vi quando criança e que julgo ser bastante interessante:

Um grupo de animais fazendo piquenique, porém esqueceram o ketchup e pedem para a tartaruga ir buscar, a tartaruga resiste por temer que em sua ausência as companheiros falem mal dela, após muita insistência a convencem de ir. Porém a tartaruga demora muito, vai passando o tempo, as estações vão mudando, até que chega o inverno. Tremendo na neve os animais que esperavam pela tartaruga começam a falar que não deviam ter pedido à tartaruga para buscar o ketchup, por não ser digna de confiança. Eis que de um salto atrás de uma moita a tartaruga diz: Eu sabia que vocês iriam falar mal de mim. O tempo todo ela esteve ali, esperando que falassem mal dela.

A tartaruga tinha certeza de que falariam mal dela, então ao invés de ir buscar o ketchup, ficou ali esperando até que o que ela acreditava que iria acontecer se concretizasse. Confirmando sua tese, sem se dar conta de que ela mesma provocou aquilo.

Ela poderia ter usado aquele tempo para ser uma boa amiga para que gostassem mais dela, ou então poderia fazer novos amigos. Mas ela escolheu ficar ali, esperando que sua profecia se realizasse.

Algo que costumo ver bastante na prática clínica são pessoas que entram em relacionamentos amorosos com pessoas que julgam não merecer, o famoso “muita areia para o meu caminhão”. Então são convictas de que o relacionamento não irá dar certo, e ao invés de procurar cuidar da relação e ser um bom namorado(a), ficam desconfiados(as) a procura de sinais de traição e afins, desgastando o relacionamento, o levando ao fim. Gerando aquela sensação da tartaruga de: ‘Eu já sabia’.

Outra forma de expressão disso é em nossos projetos pessoais ou profissionais. Se acreditamos que não somos capazes de algo, então não fazemos o devido esforço e no final, para a nossa “surpresa”, não dá certo, então saltamos de nossas moitas e gritamos: Eu sabia!

Não é que se sabia o que iria acontecer, é que na verdade se provocou aquilo ao não despender o esforço necessário para que desse certo. É uma crença quase infantil a expectativa de que as coisas deem certo sem que se faça nada. Não, demanda trabalho. Esforço não é garantia de que tudo dará certo, mas ficar atrás da moita esperando dar errado é garantia de fracasso.

Rejeição: Por Que Dói Tanto?

14 Maio , 2019 Compartilhar

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É sabido que o ser humano é essencialmente um ser social. Isso implica que nós, na qualidade de seres humanos, temos necessidade de pertencer a grupos sociais (incluo aqui relacionamentos). A rejeição é COMO SE fosse um recado vindo de um grupo (ou de um relacionamento) que diz: Você não faz (ou não faz mais) parte deste grupo/relacionamento.

Então por que é tão difícil lidar com a rejeição? Por que ela nos abala tanto?

Existe uma tendência da pessoa rejeitada em procurar em si os motivos de ter sido rejeitada, ou seja, ela se culpa pela rejeição. Vamos a um exemplo:

Imagine que um filho foi abandonado pelo pai. Como essa criança cresceria se sentindo em relação a ele? Pensaria que o pai é um cafajeste por abandonar um filho pequeno com a mãe?

É contra-intuitivo, mas não é o que eu percebo na minha prática clínica, normalmente o sentimento é: “Eu devo ser um filho tão ruim que nem meu pai quis ficar comigo”. Ou seja, o filho se culpa pelo abandono sofrido, embora seja completamente impossível uma criança pequena ter culpa de qualquer coisa.

É claro que este exemplo é bastante drástico, mas a lógica se repete em outros tipos de rejeição. É comum ouvirmos em finais de relacionamento quando o ex-parceiro(a) entra em outro relacionamento a pessoa dizer: “Mas o que ele(a) tem que eu não tenho?”, como se lhe faltasse algo e por isso foi rejeitado, enquanto na verdade muitas coisas podem interferir para o término como compatibilidade, sentimentos, afinidade, etc. E não uma questão de quem tem mais e quem tem menos.

Em resumo, para aprendermos a lidar melhor com a rejeição precisamos construir uma compreensão de que realmente não somos perfeitos, porém temos nosso valor. Ninguém está imune a rejeição, pode acontecer com qualquer um, e não é a reprovação ou a aceitação do outro o que define o nosso valor.

Por que desistimos tão facilmente?

12 abr , 2019 Compartilhar

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Você sabia que 86,7% das pessoas desistem da academia antes de completar um ano? Apenas 3,7% se mantem na rotina de exercícios.

O que leva uma pessoa, que em um determinado momento da vida decide fazer academia, a desistir? Claro que uma parte das desistências é por incompatibilidade de horário ou dificuldade financeira, mas nada que justifique uma taxa de evasão tão alta.

Quando criamos um objetivo focamos muito no resultado, e muito pouco no processo. Seguindo ainda o exemplo da academia, o resultado esperado é um corpo saudável, mas muitas vezes esquecemos que para chegar nisso precisamos de disciplina e esforço de uma rotina de exercícios (processo).

O que eu percebo como uma causa da sabotagem de objetivos é que antes de chegarmos ao resultado, nos damos conta do quão longe estamos dele. E já que o foco é o resultado e não o processo, o sentimento predominante é de frustração, levando em muitos casos à desistência.

No caso da academia o objetivo é ficar mais forte, ao começar o processo depara-se com o quão fraco se está e o quanto se está longe de chegar na forma almejada. Um outro exemplo: se eu quero dominar um assunto novo, para isso preciso estudá-lo. Ao fazê-lo me deparo com o quanto sou ignorante sobre aquele tema, isso gera  um sofrimento, podendo me levar à desistência.

Seguindo essa linha de raciocínio, a melhor forma para persistir e não desistir de um objetivo é tolerando as inevitáveis frustrações do caminho até o resultado. Sem tolerância não se alcança objetivo nenhum. O segredo é acreditar que aquilo uma hora fará sentido, afinal não tem como ficar mais fraco fazendo academia, e ninguém fica mais ignorante estudando.

Resistência: A Fobia de Psicólogo

12 mar , 2019 Compartilhar

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A resistência, em termos psicanalíticos, é uma reação opositora a conteúdos que não são bem-vindos pela percepção consciente do indivíduo. Ela existe para manter a “homeostase” do seu funcionamento, ou seja, proteger aquilo que já é conhecido e familiar contra qualquer revelação ou mudança significativas.

Pode-se dizer que a resistência é uma tentativa de manter o ‘status quo’ do indivíduo, em resumo, manter as coisas como estão, evitando a ameaça de qualquer ideia transgressora. É um verdadeiro processo de censura.

Eu vejo a resistência como a inabilidade de lidar com as próprias contradições.

Na minha prática eu percebo que muitas pessoas me procuram, para um tratamento psicoterapêutico, na primeira sessão encontram-se verdadeiramente angustiadas, a partir da segunda começam a sabotar, colocando outros compromissos no horário da sessão, ou simplesmente não voltando sem dar satisfação. Tudo isso para não entrarem em contato com aspectos desconhecidos (e muitas vezes assustadores) sobre si mesmas.

É compreensível que isso aconteça: convivemos com nós mesmo desde sempre, e começar a nos dar conta de que não nos conhecemos tão bem quanto pensávamos e que existem aspectos que nem imaginávamos pode soar um pouco aterrorizador a alguns ouvidos.

Para ter uma casa mais confortável precisamos tolerar algumas marteladas e a poeira da reforma. Para resolvermos nossas angústias precisamos dar conta de algumas verdades nem sempre convenientes.

A Solidão na Era da Comunicação

12 fev , 2019 Compartilhar

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Vivemos em uma época curiosa, por um lado a tecnologia parece cada vez mais focada em facilitar nossa comunicação com celulares cada vez mais inteligentes e acessíveis às pessoas, criando canais cada vez mais largos de ligação com o outro, e por outro há uma produção cada vez maior de sintomas psíquicos ligados à solidão e ao desamparo (ansiedade, depressão, síndrome do pânico, etc.).

Ao mesmo tempo em que o outro está cada vez mais próximo, nos sentimos cada vez mais solitários. Ganhamos quantidade, mas perdemos qualidade no que diz respeito às relações. O excesso de comunicação parece ter gerado intolerância.

Schopenhauer descreve o Dilema do Porco-Espinho. Nele um grupo de porcos-espinho se amontoam em um rigoroso inverno a fim de se aquecerem, porém com a proximidade, os espinhos começam a machucar, os fazendo a se afastarem, os levando ao frio. Nunca encontrando assim uma posição confortável: ou estão livres dos espinhos uns dos outros e com frio, ou estão aquecidos e espetados com o espinho alheio.

Penso que o excesso de comunicação resolveu esse dilema: nos aproximamos dos outros a fim de conseguir calor e quando os espinhos começam a incomodar, procuramos outros “porcos-espinhos” até que os espinhos destes também comecem a se tornar um problema, e assim sucessivamente. Não aprendemos assim a conviver com as diferenças, nos tornando mais intolerantes. Constata-se isso na facilidade que se tem em bloquear ou ignorar alguém virtualmente (o que é impossível pessoalmente) e na construção de relações rápidas através de aplicativos/sites de relacionamento.

A intimidade foi substituída pela curtida, e as trocas por comentários, muitas vezes superficiais, embaixo de postagens que, com frequência, não traduz com honestidade a realidade de seu autor.

A reflexão que quero deixar aqui é direcionada individualmente a cada leitor: Como tudo isso afeta você?

Obs: Não é meu objetivo aqui criticar a tecnologia, as coisas avançam e mudam com o tempo e não há como frear. Minha intenção é apenas trazer uma reflexão sobre como estamos usando essa tecnologia e não à tecnologia em si.

Agendamento:

- (16) 3042-1118
- (16) 9 9323-9902 (Whatsapp)

Atendimento

segunda à quinta das 08:00 às 19:00

Av. Afonso Trigo, 1058, Jd. Recreio, Sertãozinho, SP - 14170-350 (Na esquina com R. Antônio Carotini).

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